A saída da Fábrica Lumiere em Lyon (Reprodução) |
É emblemática a exibição de La Sortie de l'usine Lumière à Lyon (A saída da Fábrica Lumiére em Lyon), na primeira sessão de cinema da história, em 1895, no sudeste da França. O filme apenas mostra, como diz o seu título, a saída dos funcionários da fábrica, mas retrata o cotidiano das cidades da época: a dependência do sistema fabril no final do século XIX e início do século XX. No ano seguinte, os irmãos apresentaram o clássico filme da chegada do trem (Chegada de um Comboio à Estação da Ciotat), outra película que representa a cidade em sua essência da época, no que diz respeito aos transportes.
Embora não sejam mais que registros de momentos específicos, esses filmes são um recorte do cotidiano da época, na forma mais pura. Nada pode ser mais realista do que a reprodução de imagens da própria realidade. À exceção de documentários, os filmes dos Lumiere são quase incomparáveis na pureza com que é abordado o cotidiano. Algo quase utópico nos dias atuais.
No entanto, aquela primeira sessão com a saída dos operários da Fábrica Lumiere não foi apenas o que está escrito nos parágrafos anteriores. Nela estava presente Georges Méliés, o ilusionista que é considerado o "pai" do cinema de ficção, produzindo mais de 500 filmes e abrindo o primeiro estúdio cinematográfico da Europa. Ou seja, ajudou a tornar o cinema um evento rotineiro na vida das pessoas, base de toda uma indústria de entretenimento.
Sendo assim, quando falamos da cidade dos primeiros filmes produzidos, temos aqui duas linhas de pensamento: o cinema como recorte da realidade e o cinema como expoente de entretenimento na sociedade moderna. Algo que é indissolúvel, inquebrável e seguidamente evolutivo. Algo que chamamos de Sétima Arte.
Texto: Paulo Semicek
ótima abordagem do inicio do cinema relacionada com a linha da agência.
ResponderExcluir