O significado do trabalho de Walter Ruttmann para o cinema
tem um tom de pioneirismo extremamente notável. Por causa dele, deu-se início
na Alemanha a prática do cinema experimental.
Sua carreira começa na década de 1920, com a produção de pequenos curtas
abstratos, como é possível observar em Lichtspiel: Opus I" (1921) e "Opus II"
(1923).
Ruttmann na produção de um filme (Foto: Arquivo) |
No entanto, o reconhecimento
internacional do experimentalismo feito na Alemanha veio somente oito anos
depois de Opus I. A variedade de
formas e cores utilizadas impressionou críticos estrangeiros, porém Ruttmann
não criou seus filmes ao acaso; formado em arquitetura, chegou a trabalhar com
design gráfico, o que lhe deu a base para suas criações.
O grande filme que consagrou Ruttman
foi uma evolução dos seus anteriores, mas com uma qualidade técnica até então
sem precedentes. Berlim: Sinfonia de uma Metrópole (1927), é um registro
semi-documental do cotidiano de Berlim. Não há uma narrativa clássica, embora
exista uma sequência de eventos claramente exposta. Dos filmes abstratos do
início da carreira, fica apenas a ausência de narrativa.
“Berlim”
também mostra uma inclinação de Ruttmann com técnicas de montagem soviética.
A inclinação socialista do diretor se reflete nas edições, mas na década
seguinte ele tomou um caminho diferente, embora semelhante do ponto de vista
político: fez filmes para o regime nazista de Hitler, colaborando inclusive com
Berlin Olyimpiad (1936), em uma
tentativa de promover o nazismo por meio dos Jogos Olímpicos de Berlim, no
mesmo ano.
Texto: Paulo Semicek
bacana. quais as fontes de pesquisa?
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